João Celso Filho nasceu no
dia 05 de setembro de 1886. Foi um dos assuenses que marcou a história de sua
época. Foi professor, literato, teatrólogo, animador cultural, orador,
jornalista, advogado, comerciante e político.
Filho do tabelião público e capitão João Celso da
Silveira Borges e de dona Emília Amarantina Chaves da Silveira Borges. João
Celso, muito moço ainda, começou a escrever para as gazetas locais ao lado de
Palmério Filho desenvolvendo o jornalismo provinciano.
Transpondo-se, um dia, para Belém, do Pará, deu
mostra de seu talento nas colunas de A Província e ouros
periódicos.
Retornando a sua terra berço, consorciou-se com
dona Maria Leocádia de Medeiros Furtado da Silveira, descendente da família
Casa Grande, no dia 31 de maio de 1915, cuja união nasceram: Maria Leocádia da
Silveira, Expedito Dantas da Silveira, Dolores Dantas da Silveira, Eudoro
Dantas da Silveira, Laurita da Silveira e Sá Leitão, Emílio Dantas da Silveira
e Celso Dantas da Silveira.
Foi presidente do Centro Bibliográfico Assuense,
diretor e fundador da revista literária Palládio, diretor do Grupo
Escolar Tenente Coronel José Correia. Em Assu, também foi fundador do Externato
Rui Barbosa que teve vida efêmera.
A sua atuação de comerciante não o impossibilitou
de preparar o livro ‘Terra Bendita’, de onde Dom Raphael Gutiere
arrancou umas estrofes sertanejas, sob o mesmo título, de que fez versão para o
idioma castelhano.
João Celso Filho faleceu, de enfarte, em sua
fazenda Camelo – zona rural do município do Assu, a 14 de novembro de 1943. A
sociedade assuense, consternada, publicou uma polianteia em sua
homenagem.
Em Natal, no bairro Cidade da Esperança, existe a
Rua João Celso Filho. Em Assu ele é patrono da Avenida João Celso Filho - via
totalmente duplicada – que, incorporada as ruas João Pessoa e Augusto Severo,
dão acesso ao centro da cidade.
Além da aludida Avenida, existe o Largo João
Celso Filho com um obelisco constando a sua imagem em alto relevo,
localizado no início da Rua Moisés Soares.
No centenário do seu nascimento, ou seja, em
setembro de 1986, foi lançado o livro Terra Bendita com várias de
suas poesias e com pronunciamentos de amigos e intelectuais.
Segundo Lauro Pinto, João Celso foi: “... um dos
homens mais alegres, um otimista e um elegante boêmio. João Celso era como um
oásis, muito verde e brilhante a irradiar a alegria de um espírito sempre
encantador”.
João Celso Filho fez parte da coletânea POETAS
DO RIO GRANDE DO NORTE – Ezequiel Wanderley – 1ª Edição de 1922.
Reeditado em edição Fac-Similar com atualização e notas de Anchieta Fernandes,
em 1993, através da coedição Sebo Vermelho, Clima e Sebo Cata Livros.
DEUS
Deus, dizem todos, é onipotente
Pode, querendo, o mundo exterminar,
E pode, se quiser, incontinente,
Outra vez, o universo arquitetar!
Eu, sou homem, o ser inteligente
Cá da terra, que pode o braço armar
Para - maior que o tigre e que a serpente,
O homem - seu rival - aniquilar!
Porém Deus é maior: é soberano!
Não conhece outro Deus, outro tirano,
Mora em cima de tudo, Lá nos céus!...
Mata os filhos, sem dor nem piedade!
No entanto, todos clamam-lhe a bondade...
Ah! Se eu fosse também como esse Deus!...
João Celso Filho
FONTE – BLOG DE FERNANDO CALDAS